19 setembro, 2011

E uma cara embriagada, no espelho do banheiro

Não sei se é cansaço ou medo, mas comecei a ver as coisas com olhares diferentes.
Não sou deste século, nem sei se sou desse mundo. Estranho, me estranho, um estranho no ninho.
Já procurei sentido, razões, motivos. Já fiz perguntas, procurei respostas, e acabei pegando no sono.
Me revoltei com tanta ganância, injustiça, egoísmo.. mas nada mudou.
Até aprendi a orar, pra ver se esse vazio evaporava. Esperei por resposta, e peguei no sono outra vez.
Acho inútil se ajoelhar por um futuro não tão certo quanto dizem. Acho inútil separar as pessoas por boas, ou ruins.
Com tanta corrupção, acho justo que abaixem ao menos o preço do whisky, pra que eu não precise aceitar situações ridículas ainda sóbria.
Cá estou eu, reclamando, por nada, pra nada, sem ninguém escutar. Não sei se isso é meia revolta, meia angustia, meia frustração, meia vontade de ver sorrisos.
Mas por favor, quero meu copo meio cheio, ou meio vazio, pra que eu não precise reclamar outra vez.

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