25 janeiro, 2014

Algumas vezes, o que a gente quer dizer não está nas palavras

Eu queria saber um pouquinho de cada coisa!
Mas conhecer mesmo... e ser uma pessoa melhor.
Uma hora a gente percebe que não é sozinho no mundo, e que o mundo não é nosso umbigo.
Tem sempre alguma coisinha boa pra aprender com alguém, e fico feliz de ter percebido isso, mesmo que depois de tanto tempo. 
Sempre fui muito impulsiva - impulsos que me ajudaram. 
Vivia escutando outras pessoas dizerem que eu tinha que ser "aquilo" e eu só era "isso"... Aí que eu percebi que eu era nada, e que ninguém é nada. 
Fico tímida falando das coisas que entendo, e das que não entendo prefiro não falar nada. 
Tem muita maldade no mundo, maldade que eu não quero conhecer mais. 
Já fiquei triste por portar tal timidez e absorver maldade alheia de gente que achava que eu tinha que ser "aquilo", quando eu era "isso". 
Toda vez que eu tento falar alguma coisa, me embaralho toda, tipo nisso aqui. 
Algumas vezes, o que a gente quer dizer não está nas palavras.
E o que eu quero dizer certamente ninguém vai encontrar nessas palavras perdidas e mal encaixadas que acabei de escrever aqui. 
Queria aconselhar o mundo todo pra abrir a janela pra vida, e pra essência dela que existe em nós. 
Se essas palavras falharem, vou usar sorrisos.

19 dezembro, 2013

Sobre olhar pra dentro e encontrar sossego

Precisava de mudanças urgentes. Já não suportava o caos que habitava nessa minha cabecinha enorme. 
Falar é fácil... fazer, nem tanto. Comecei a colher as consequências das minhas atitudes ingênuas e inconsequentes.Tive que criar estrutura psicológica pra fazer as pazes com a minha consciência.Sempre fui muito auto-repressora, e em alguns momentos tudo o que eu queria era relaxar e esquecer dessa voz chata que falava dentro da minha cabeça.
Quis ignorar meu próprio eu. Me privei de muita coisa, inventei teorias e joguei culpa nos outros pra auto-justificação.
Criei uma ilusão infantil e narcisista pra ficar em paz, e acreditei por um bom tempo que a ilusão funcionava. Foi aí que me enxerguei como "pessoa-coisa", que usava outras pessoas como coisas.
Quando falo "pessoa-coisa" quero dizer do vazio imenso implorando por algo que acalme e preencha a nossa alma. Vazio que a gente finge que não existe.
Como "pessoa-coisa" que era (e estou me esforçando pra deixar de ser) vagava pelo inferno dos desejos nunca satisfeitos. Escrava dos próprios desejos, pensava ser livre... Outra ilusão!
Corrida desenfreada que não acabava nunca.
Quis entender melhor o que dizem ser nosso lado espiritual/alma/seja o que for. No início enxerguei mais coisificação: regras rígidas e inúteis, de fora pra dentro, que não transformava ninguém verdadeiramente.
Tá cheio de gente vivendo "espiritualidade" de um jeito materialista, né? Comprando um monte de badulagem "espiritual", enchendo a casa de estátua de deus não sei das quantas, com pingente de elefantinhos, acendendo incenso sem saber pra que... E o vaziozão lá no peito!
Notei que tava procurando paz de espírito no lugar errado.
Falar de paz é a coisa mais simples que existe. Fazer paz (aqui e agora, em qualquer situação) é que complica.
Respirei fundo e olhei pra mim. De dentro pra fora.
Ouvi finalmente a voz da minha cabeça e puff: QUE DESENCANTO! A sensação foi de estar numa floresta e só enxergar lenha.
O coração apertou e aquele vazio que eu mesma alimentava me incomodou. Dessa vez decidi me ouvir.
Quis dar sentido naquilo que eu sempre acreditei, naquilo que acho ser a única revolução verdadeira: o amor!
Me entreguei a isso. Dediquei-me com toda força e coragem. De nada adiantava ficar na beira d'água sem coragem pra nadar no fundo.
Aprendi que racionalidade era uma ilusão. Somos racionais no discurso, mas na prática nem tanto, né?
Deixei de lado o narcisismo pós industrial e enxerguei minhas inseguranças e defeitos. Também passei a ver melhor meu lado criativo, e a quebrar e criar limites.
Preciso de limite e responsabilidades, ou tudo continuaria insaciável, e logo o vazio voltaria.
Me desprendi do medo, da banalização do sexo, do amor, do corpo humano, da violência...
Senti que o mal esteve dentro de mim esse tempo todo, e era ele quem fazia eu ignorar a voz da minha cabeça. Era esse mal que me fazia desistir dos relacionamentos na primeira briguinha, era esse mal que anulava o que eu precisava expressar, era esse mal que me deixava cega.
Passei a me conhecer melhor, a conhecer melhor as outras pessoas, a analisar todos os lados da minha personalidade (agradáveis ou não) e me ajudar a ser melhor.
Quando não aceitamos o diverso, nos tornamos adversos.
Aprender a amar nós mesmos no espelho - que é o outro.
Admirar virtudes minhas e dos outros, aos poucos. Processo bem lento.
Só conhece a si mesmo quem tem muita vontade, e só se conhece o amor quem tem muita perseverança.
O trecho a seguir me tornou um pouquinho menos "pessoa-coisa" do que era antes.
"Fenômenos que acreditamos ser aleatórios mas que na verdade, também obedecem a ordem. Ordem tão complexa que nossos olhos e mentes tem dificuldade de visualizar. Nossos olhos até visualizam, mas nosso 'computadorzinho de bordo' não tem capacidade de produzir em linguagem humana a ordem que existe nesse fenômeno." (Carlos Matlz)
Foi aí que entendi que caos nada mais é que ordem... E finalmente consegui por em ordem toda a bagunça da minha cabeça. Preenchi o vazio com a única coisa que pode nos salvar da coisificação: o amor.
Carlos Drummond de Andrade escreveu: "Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente."
Termino dizendo que sou menos "pessoa-coisa" hoje. Sou menos "pessoa-coisa" escrevendo isso aqui e agora. Sou menos "pessoa-coisa" depois de ter aprendido o que é idiossincrasias e de lembrar que toda música do Dylan me faz só pessoa, não coisa. The answer is blowin' in the wind, e está dentro de nós também.

12 setembro, 2013

Dançamos no silêncio

Passei por algumas provações que levaram-me à obsessão por dias melhores. Foram males necessários.

Pensando desta maneira, me pergunto quantas pessoas um dia também já passaram por determinada fase e aspiraram tais desejos. Ou ainda, quantos viveram isso e qual caminho seguiram?

Somos seres humanos. Possuímos em nossa natureza, características genéticas que aparentam sinais de igualdade e reconhecimento da espécie. Porém, nada disso está ligado ao fato errôneo de pensarmos que somos totalmente iguais . Em alguns aspectos sim, e em muitos outros, não.
Somos iguais em desejos, sonhos, paixões, raiva, vislumbre e todos os inúmeros sentimentos que afloram em nossas mentes. Mas somos diferentes em comportamento e valores, principalmente, na maneira de agir em busca desses.

Vibramos em outra frequência. 

Não sei a soma exata, só a ordem de grandeza

Partir-se ao meio pelo desejo de viver sinceramente. 
Sombra do coração ilumina. Incerteza é uma luz escura que toda nova pergunta clareia. 
Sei que ao meio-dia vai ficar tudo bem, mas, posso eu descansar do tempo? 
Disseram que as cicatrizes são portas, e que os gritos libertam. 
Sei que à meia-noite vai ficar tudo bem, mas, posso eu descansar dos sonhos?
Disseram que o choro seca, e que dormir a
juda.
Tento falar. Me confundo toda.
Alguém acredita no sentimento puro? Purezas decididas que abraçam.
Caber o mundo, caber todo mundo.
Acho que o bem combina com a vida. Acho errado? Existe alguma voz que faz passar essa angustifolia?
O pulso ainda pulsa. Que vida doida e doída, né? 

12 agosto, 2013

Só vou confiar na minha razão.

É de grão em grão, que se enche o papo, mas comer do monte é mais garantido.
O filho do peixe, é peixe pequeno.
É por isso que eu tenho medo.

Mais sincero o bom dia

Ficar feliz quando o Corinthians faz gol, quando o vestido da atriz da novela das 21h tá com "20% de desconto", quando tu compra um carro zero e parcela em 36 vezes, quando tu consegue um encontro com o cara mais "bonito" da academia...
Esse tipo de felicidade dura quanto? 
Até o próximo jogo? Até o próximo capitulo da novela? Até a propaganda dizer que você se sentiria muito melhor se dirigisse um Chery Celer?
Essa exaustão de buscas frenéticas nos levam onde?Acreditei por um tempo que os ignorantes eram mais felizes, até perceber que essa felicidade é uma felicidade superficial. Não há expectativas.Questionamentos que gritam o tempo todo, pontos de interrogação que me rodeiam... e poucas são minhas certezas.A acomodação nos faz pobres e limita nossas vidas.Sei lá se touch screen e roupas da moda conseguem trazer felicidade pra alguém. Pra mim não traz.Tenho convicção suficiente pra saber o que me faz feliz, e o que me faz feliz também me fortalece, revigora e faz bem.A única receita de felicidade que sei, é a do bolo de cenoura que a mamãe faz quando eu tou triste.Olhar pra si e se deparar com o que realmente somos: humanos.Se libertar das coisas supérfluas.Em nome da simplicidade: melhor viver, meu bem!

10 julho, 2013

Relógios derretidos de Salvador Dali

Tou fazendo uns horários malucos de sono, fazendo uns horários preguiçosos de estudo, uns horários curtos pra brincar de escrever... 
Não sou dona do tempo mas posso dispor das horas da maneira que quiser. 
Tem tanta coisa me deixando preocupada e não tenho certeza se era pra ser assim.
Às vezes fico confusa se o que busco é o que eu preciso por agora.
Fico ansiosa por todas as coisas que ainda não vivi, não aprendi, não senti... mas desde criança aprendi respeitar o tempo. 
Respeito também minha ignorância. Aprendi conviver com as coisas que não entendo. 
Tenho encontros silenciosos entre a dúvida e a certeza, e desses encontros senti a mesma coisa tantas vezes que sinto medo de que esses não signifiquem mais nada. 
Respeito meu tempo, minha ignorância e a melancolia que tenho.
Não sei se certeza é tudo que importa na vida, isso pra mim também é incerto. 
Uma certeza que tenho (e que não é minha): "O tempo é relativo. Não há tempo perdido e não há tempo a perder." 
Sozinha (ou sozinha em grupo) continuo sentindo na pele a frieza do ponteiro que não para. 
Meu coração bate em tempo real.