01 abril, 2012

Equinócio da hipotenusa

Equinócio da primavera não era aquele período do ano em que, o sol, ultrapassa a linha do equador e da início à primavera no hemisfério em que está adentrando. Não. Bem que ele gostaria. Talvez as piadas acerca do seu nome incomum, fossem apenas sazonais. Mas não eram.
- Olha o equinócio chegando, trazendo consigo a primavera! - Era o que ele mais escutava.
Era difícil acostumar-se com toda essa situação, mas ele bem que tentava. Demonstrava isso, sendo sempre amistoso e receptivo às brincadeiras.
Equinócio adorava uma boa conversa e, para não ficar por baixo, costumava exagerar, ou melhor, aprimorar suas histórias. Ele era daqueles que via o que ninguém tinha visto, que conhecia quem ninguém conhecia, sempre afim de esticar a conversa.
Mas, como péssimo mentiroso que era, também deixava suas lacunas, e é claro, seu amigo Pedro já havia percebido seus deslizes.
O maior deles, deu-se numa conversa em que Pedro mencionou suas mais recentes experiências, (Pedro estava estudando Engenharia) e Equinócio, para não ficar de fora, tratou de esticar a conversa:
- Estou tendo um pouco de dificuldade em matemática - Disse Pedro.
- Eu era ótimo em matemática na época de escola - Respondeu Equinócio.
- Então talvez você possa ajudar - Sugeriu Pedro, observando a reação. - Afinal, emendou... Essa hipotenusa esta me matando.
- Hipotenusa? Que hipotenusa? Perguntou Equinócio.
- Você não se lembra da hipotenusa da matemática? - Disse Pedro, surpreso por ver que equinócio, "ótimo em matemática", não se lembrava da hipotenusa.
- Ah! É verdade! - Disse equinócio sem vacilar. E emendou - "Ela foi minha professora na 4ª série.
Pedro fitou-o desconfiado. "Existiria a possibilidade, de duas pessoas, com nomes nada usuais, encontrarem-se em uma sala de aula?" - Pensou Pedro. - É claro que não! - Concluiu.
Contudo, para não tirar Equinócio o conforto de saber que não era o único portador de tamanha bizarrice, respondeu:
- É, meu caro amigo, e ela continua quadrada.


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