Sophie é um nome bonito

Sophie, levanta seu rosto, deixa de drama. 
Sophie, esquece o mundo, deixa de lado.
Sophie, respira outro ar, deixa esse choro. 
Sophie, canta mais alto, deixa esse medo. 
Sophie, da um sorriso, deixa de manha.
Sophie, continua andando, deixa o passado.
Sophie, toma um café. Toma um café e deixa. Esquece. Deixa tudo que te preocupa. 
Seu coração é puro, Sophie. Nós sabemos que é. 
Eu sei das suas confusões, sei que não tem maldade aí dentro, sei que você se importa.
Não precisa fingir, demonstra. Você não é de ferro, e isso não é um problema. 
Não é um defeito, te torna humana. 
Lembra das vezes que esqueceu de si mesma? Você faz isso o tempo todo... Precisa parar.
Deixa disso, não é todo velhinho que merece seu "Bom dia!" animado. O Sr. Ariovaldo já é o bastante pra lhe fazer rir. 
Não é todo dia que você precisa se atrasar para o trabalho pra comprar comida pra cada animal que você encontra na rua. 
Não é todo dia que tu tem de deixar seu sossego de lado pra ajudar os outros. 
Sophie, você precisa parar. 
Sua mãe me disse que você acorda de madrugada com medo, que você nunca chora mas treme, que você pisca demais quando sente tristeza. 
Seu pai me contou que tu fez dele homem, que por "culpa" dele tens um pé atrás com tudo, mas que sabe amar. 
Seu irmão também contou que você tem outro nome, e que tirava 10 em filosofia mas era um desastre jogando Pac-Man.
Eu sei o motivo que lhe faz dormir tanto. A vida é mesmo um desperdício! (Menos quando você lê Peanuts e da risada tão sincera que te faz parecer um porco.)
Oh, Sophie, eu sei que é difícil e ainda vai piorar.
 Se acalma, menina. Teu perfume é doce, teus livros são bons, e mesmo sem fé tu sabe orar. 
Muda esse canal, vá morar em Saturno, se ama por dentro, aluga um balão e vai viajar.
Coração não tem nada com isso. Não fica com o dedo no pulso achando que ele bate rápido demais cada vez que você sente medo. 
Compra um daqueles pacotes de suspiro, veste aquelas meias, escuta aquela música e dança. Dança mesmo sem saber dançar. 
Manda arrumar aquele Gramophone marrom, coloca a camiseta do Jethro Tull que você fez e ficou enorme e canta alto: "Aqualung my friend, Don't start away uneasy. You poor old sod, you see, it's only me".
Ah, Sophie, pare de achar que seus "auês" vão embora quando você escreve. Eles não vão, só se transformam. 


Em nuvens imaginárias ou em uma postagem que ninguém vai ler